Renault Kwid E-Tech democratiza e pavimenta o caminho para o futuro da mobilidade elétrica!

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13 de janeiro - 2023 | Atualizado dia 4 de julho de 2023

Por: Emiliana Marini

Confira o teste de uma semana que nós fizemos com o Renault Kwid E-Tech! 

As tendências do mercado automotivo costumam seguir um caminho parecido com as do mundo da moda: inicialmente, as grandes novidades são apresentadas globalmente, mas acessíveis apenas a uma pequena parcela da população, como se fosse uma espécie de termômetro para medir a receptividade daquela ideia e, consequentemente, seu potencial de sucesso. Com o tempo, aquela novidade ganha força, se solidifica no mercado e, só então, começa a se difundir na sociedade. 

Os carros elétricos seguiram esse caminho à risca. Foram lançados como um luxo que pouquíssimos podiam pagar, mas ganharam popularidade com o passar dos anos, o que levou a importantes avanços no setor e à redução gradativa dos custos – que ainda são altos, mas menos proibitivos do que no começo.  

A pressão dos governos mundiais em cima das montadoras também tem ajudado a acelerar essa disseminação da condução eletrificada e alguns resultados interessantes já podem ser comprados na concessionária mais próxima. 

Para iniciar a temporada 2023 de avaliações, nossos amigos do Volta Rápida receberam um exemplar do Renault e-Kwid, mais conhecido como Kwid E-Tech. 

Esse modelo pode ser considerado o embaixador da nova fase eletrificada da montadora francesa no Brasil, uma vez que o ultrapassado Zoe não deu certo e acabou sendo esquecido pelo consumidor, embora, ainda seja oferecido por aqui.  

O nome E-Tech assina os veículos eletrificados que a marca comercializará por aqui a partir de agora, já tendo o novo Mégane confirmado para o país como próxima novidade dessa linha. 

Foto de um E-Kwid branco estacionado em uma rua de asfalto. A foto foi tirada na diagonal, fazendo com que seja possível ver a traseira e uma parte da lateral esquerda do carro. Ao fundo é possível ver a calçada, um canteiro de grama alta e o muro de concreto de uma casa.

Idealizado na China, é de lá que o Kwid E-Tech chega ao Brasil com diferenças significativas para atender aos gostos do consumidor local.  

Por lá, o subcompacto é vendido como Spring pela submarca romena Dacia e traz um conjunto elétrico mais elementar, voltado puramente ao uso urbano.

Já o Kwid E-Tech, vendido pela própria Renault em si, mantém a proposta mais voltada ao uso urbano, mas recebeu uma mecânica mais robusta para melhorar a usabilidade e permitir a locomoção em percursos mistos. 

São 65 cv e 11,5 kgfm de potência e torque máximos, respectivamente, disponíveis integralmente assim que afundamos o pé no acelerador, entregues por um motor instalado no eixo dianteiro que leva o Kwid E-Tech com bastante desenvoltura em baixas velocidades.

Ele é alimentado por uma bateria de 26,8 kWh que, segundo a Renault, garante uma autonomia de até 298 km em ciclo urbano e 265 km em percurso misto, dependendo de como o carro é conduzido, é claro.

Não custa nada lembrar que, sobre consumo, os carros elétricos são idênticos aos convencionais: quanto mais você acelera, mais ele gasta combustível/energia. 

A arquitetura elétrica do Kwid E-Tech o deixou bem mais pesado do que as versões convencionais! 

Cerca de 150 kg a mais, sendo mais preciso, deixando-o com 977 kg ao todo. Por conta disso, ele traz rodas de quatro furos para administrar o maior peso com segurança e, também, o desempenho maior do motor elétrico. 

Falando de visual, ele é bastante discreto e apenas os mais atentos (ou quem tem o carro) saberão apontar as diferenças!

O design é o mesmo do Kwid convencional pós-facelift, lançado no ano passado e que já avaliamos há alguns meses, mas com detalhes exclusivos como os apliques em dourado nas molduras abaixo dos faróis e a grade que mistura preto brilhante com frisos cromados – grade que, por sinal, é a cobertura que esconde a tomada de carregamento do carro. 

De lado, as rodas de quatro furos são, na verdade, calotas que simulam peças com acabamento diamantado, os verdadeiros aros de ferro em preto fosco se escondem por baixo. Além disso, as imitações de base para rack de teto estão presentes assim como no Kwid convencional e adesivos decorativos E-Tech se encontram na porção inferior das portas.  

Foto da lateral esquerda de um Renault Kwid E-Tech 2023 na cor branca. Na foto, o carro está parado em uma rua de asfalto e, ao fundo, é possível ver a calçada, um canteiro de grama alta, um muro de concreto, algumas árvores e o céu azul com algumas nuvens.

Na traseira, as lanternas com luzes de posição em LED também são as mesmas do Kwid padrão, mas o para-choque é mais pronunciado com detalhes refletivos na vertical. A tampa do porta-malas traz o nome “e Kwid” ao centro e a plaqueta E-Tech no canto inferior direito. 

Foto da traseira de um E-Kiwd 2023 branco. Na foto, o carro está parado em uma rua de asfalto e, ao fundo, é possível ver a calçada, canteiros de grama alta, um muro de concreto, algumas casas e árvores e o céu azul com poucas nuvens.

Oferecido em versão única e sem opcionais, o Renault Kwid E-Tech custa cerca de R$ 146.990!

Ele traz praticamente todos os itens disponíveis para o Kwid convencional, além de alguns exclusivos.  

A lista de itens contempla:  

  • Luzes diurnas em LED; 
  • Monitoramento de pressão dos pneus; 
  • Retrovisores com ajustes elétricos; 
  • Bancos mesclando couro e tecido; 
  • Painel de instrumentos com marcadores digitais; 
  • Controle de estabilidade; 
  • Câmera de ré; 
  • Central multimídia, entre outros. 
Foto de detalhe da central multimídia do carro. Nela, é possível ver a tela e alguns botões de comando, além de duas saídas de ar-condicionado.

Sobre as exclusividades do Kwid elétrico, há airbags de cortina como complemento aos frontais e laterais, totalizando seis bolsas, ajuste mecânico de altura do farol, sensores traseiros de estacionamento, limitador de velocidade, vidros traseiros elétricos (além, é claro, dos dianteiros), modo de condução ECO, direção elétrica e repetidores de seta nos retrovisores.  

Foto do interior do carro, mostrando o volante, o painel, a central multimídia, os controles e as saídas de ar-condicionado, uma parte da lateral das portas e dos assentos dos bancos dianteiros. O ambiente mescla preto e cinza claro, com detalhes prateados.

Por fim, o acabamento interno também é diferenciado com um volante exclusivo e algumas partes em cinza que quebram a monotonia da cabine tradicional, mas mantendo o plástico por todos os lados. 

Saiba mais sobre o e-kwid 2023 neste vídeo:

Rodamos em torno de 600 km com o e-Kwid, dando preferência para os percursos rodoviários.  

Na primeira viagem, de 120 km, entre o Rio de Janeiro capital e o nosso destino, foram gastos 63% de bateria com o ar-condicionado ligado direto, sem modo ECO e velocidade média mais alta, com picos de 100 a 110 km/h. Em outra ocasião, percorrendo 130 km com modo ECO ativado e sem ar-condicionado, além de uma velocidade média mais baixa, o gasto caiu para 45%. 

De modo geral, segundo os nossos cálculos, foi possível percorrer entre 2 e 3 km a cada 1% de bateria – o que, no final das contas, bate com o prometido pela Renault e mostra que o carro consegue dar conta de pequenas viagens intermunicipais.  

Apesar disso, você nunca deve esquecer de fazer um planejamento cuidadoso antes de pegar a estrada, porque a rede de pontos de recarga fora dos centros urbanos ainda é bastante limitada e as chances de parar no meio da rua sem carga na bateria aumentam consideravelmente. 

No uso geral, o Renault Kwid E-Tech agrada bastante pelo desempenho imediato do motor elétrico! 

Sua rapidez é digna de carros turbinados, equipados com motores mais fortes. Até os 25 km/h, um discreto ruído emana do veículo para alertar sobre sua presença a pedestres e ciclistas próximos, mas também acaba por dar um ar “futurístico” ao subcompacto, o que deixa a experiência instigante.  

A direção elétrica, um mimo que os Kwid convencionais desconhecem, caiu como uma luva em uma carroceria tão pequena e deixou o modelo ainda mais fácil de manobrar e se esgueirar pelos caóticos centros urbanos. 

Até uma faixa dos 70 km/h, o desempenho é surpreendente e deixa muitos carros “comendo poeira”, mas a coisa muda de figura acima disso por conta da potência de limitados 65 cv. Um motor mais forte aumentaria o consumo de energia, o preço final do carro e derrubaria a autonomia.  

Por volta dos 80 a 100 km/h, o “coice” das acelerações em velocidades mais baixas some e o Kwid E-Tech começa a mostrar sua falta de fôlego, nos lembrando que estamos em um veículo de concepção urbana e nos convidando a aliviar o acelerador – até mesmo para otimizar a autonomia. 

No final das contas, o Kwid E-Tech consegue agradar bastante e se mostra uma opção interessante

Pode ser pensado como segundo carro da casa ou, dependendo do caso, até mesmo como principal, desde que o uso seja prioritariamente na cidade.  

Algumas simplicidades do Kwid convencional continuam presentes e incomodam como, por exemplo, o sistema de som com apenas dois alto-falantes de baixa qualidade, a imagem da câmera de ré que acaba por não fazer diferença em alguns casos e a central multimídia extremamente defasada, mas o fato é que o Kwid E-Tech é um ingresso mais acessível ao mundo da mobilidade elétrica.

Não é um carro barato, mas é o segundo elétrico mais barato do Brasil e pode ser uma primeira experiência bastante interessante. 

Concorrentes 

  • JAC E-JS1;
  • CAOA Chery iCar.

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