Veja a avaliação completa que nós fizemos sobre o Ford Maverick 2022 em parceria com o canal Volta Rápida!
Utilitários são aqueles veículos feitos unicamente para o trabalho, certo? Há alguns anos, a resposta seria sim, mas até mesmo esse tipo de carro precisou se atualizar para sobreviver aos novos tempos, passando por profundas mudanças, para entregar muito mais do que apenas robustez ou uma grande capacidade de carga.
O utilitário do século XXI, muitas vezes, também acaba sendo o principal veículo da família, por isso, ele precisa ser versátil, combinando conforto, desempenho, economia e, é claro, força para auxiliar na produtividade do proprietário.
Essa picape é inédita no portfólio global da marca e foi apresentada ao mundo no ano passado, sendo lançada no mercado brasileiro em fevereiro deste ano.
Ela veio em versão única, importada diretamente do México, onde é fabricada e a montadora cedeu gentilmente um exemplar da novidade para nossa avaliação padrão de uma semana, elaborada pelos nossos amigos do Volta Rápida.
O primeiro deles foi o fato de ressuscitar um nome muito conhecido, especialmente entre o público brasileiro, em um modelo que não tem absolutamente nada a ver com o carro que o utilizou pela primeira vez.
Trazer o nome de volta em uma picape não foi algo tão bem aceito pelos entusiastas e rende debates até hoje.
Ela fica abaixo do Ranger na família de picapes da montadora, que ainda conta com os modelos da série F no mercado estrangeiro.
Desse ponto de vista, o Maverick deu certo e foi um sucesso quase instantâneo nos Estados Unidos, por exemplo, onde já vende mais do que o Ranger e superou a marca de 100 mil reservas somente em 2021.
Revendedores oficiais da marca relatam que os exemplares zero km da novidade são vendidos em até quatro dias, o que representa um terço do tempo que outras picapes levam.
Sua plataforma, por exemplo, é a mesma C2 que está presente no Bronco Sport que avaliamos no ano passado, além das atuais gerações do Focus e do Escape.
Já o motor que equipa o Maverick brasileiro é o conhecido 2.0 turbo da família EcoBoost, presente em vários modelos de diversas marcas e que já está no mercado há mais de dez anos.
Isso porque, no Maverick, só o motor turbinado pode ser combinado ao sistema de tração integral sob demanda (do tipo AWD) e o pacote FX4 que acrescenta elementos off-road.
O 2.0 turbinado conta com quatro cilindros em linha e é capaz de gerar até 253 cv e 38,7 kgfm, podendo ser abastecido somente com gasolina e trabalhando com uma caixa automática padrão de oito marchas.
Graças ao sistema de tração integral que distribui a força do motor pelas quatro rodas o tempo inteiro, o Maverick pode ir de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos e atinge velocidade máxima de 177 km/h, oferecendo um desempenho ao qual poucas picapes conseguem se equiparar.
Pelo preço de R$ 233.310, a lista de itens de série inclui:
Existe uma série de carros mais baratos do que o Maverick no Brasil que já contam com tais itens.
Além de andar muito bem, oferecendo uma aceleração rápida e suave, ele se comporta mais como carro de passeio do que como utilitário.
As reações são diretas, seguras e as respostas do conjunto mecânico às solicitações do motorista são imediatas, algo que não é comum de se ver em carros desse tipo.
O nível de economia de combustível também foi uma boa surpresa, pois obtivemos 12,4 km/l rodando em percurso misto, mas chegamos a 14 km/l com a maior parte da condução em rodovia.
O problema é que todo o desempenho satisfatório no asfalto começa a se perder conforme o chão de terra chega.
Os ângulos de entrada e saída da picape são pequenos e, com isso, os para-choques podem raspar ou sofrer danos piores. Para um modelo que ostenta os inscritos “off-road” nas laterais, ter deixado um detalhe tão básico passar foi um vacilo feio da Ford.
Outro ponto que não é comum em picapes e que surpreende no Maverick é o conforto a bordo, sendo possível acomodar quatro adultos na cabine com espaço adequado para todos.
O interior é todo decorado por plásticos em um tom de azul petróleo, mesclado com porções contrastantes em cinza e pequenos apliques em bronze, com parafusos pretos expostos propositalmente, resultando em um ambiente inusitado e bonito.
Pena que há plástico demais para a cabine de um modelo de mais de 200 mil reais.
Mas esperávamos encontrar o multimídia SYNC 3 que traz mais recursos e não o SYNC 2.5, que equipava os extintos Ka e EcoSport, ambos bem mais baratos do que o Maverick.
Sentimos falta dos sensores de estacionamento, cruciais em um modelo de mais de 5 metros de comprimento, e de mais recursos de segurança como o sistema de monitoramento de pontos cegos.
Embora a Ford negue a rivalidade, a impressão é que alguns itens foram suprimidos para que o preço do Maverick se aproximasse o máximo possível ao do Fiat Toro na versão Ultra, a mais cara da picape italiana.
Se você procura uma picape apenas para levar coisas que um porta-malas padrão não comportaria, aliando o carro da família ao carro do trabalho em um só, essa é uma boa opção.
Conforto e desempenho se mostraram os pontos altos da novidade americana, fazendo dela uma compra mais adequada para os que não precisam encarar obstáculos maiores fora do asfalto.
É mais barato, melhor de usar na cidade e mais confortável do que qualquer picape de maior porte.
As picapes com motorização turbodiesel vendidas no Brasil costumam oferecer sistemas de tração integral seletiva, do tipo 4WD, que contam com opção de tração reduzida que é essencial em determinadas situações longe do asfalto, além de uma maior capacidade de carga e melhores ângulos de entrada, saída e centrais.
O Maverick agradou no geral, mas se mostrou muito mais on-road do que off-road.
Os “concorrentes indiretos” são modelos de proposta parecida, mas que não competem diretamente. No caso do Maverick, são carros parecidos com preços próximos em uma ou mais versões, mas de outra categoria:
Nissan Frontier