Veja todos os detalhes do Ford Focus G3, além dos seus pontos fortes e fracos.
O Ford Focus G3 foi lançado no Brasil durante a metade do segundo semestre de 2013, demorando quase o mesmo tempo que seu antecessor levou para chegar ao mercado brasileiro.
Foi a geração que mais teve versões disponíveis e, também, a que contou com mais tecnologia embarcada, elevando o nível do modelo para competir de igual para igual com a concorrência da época.
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Assim como seu antecessor, o Ford Focus G3 manteve a forte inspiração na linha Kinetic de design, mas com um diferencial significativo. E foi o primeiro modelo projetado sob a estratégia “One Ford”, focada em reduzir as derivações de carros pensados para mercados específicos (como foi o caso dos Estados Unidos, por exemplo, que tiveram um Focus com desenho próprio)
Dessa forma, a fabricante passou a comercializar produtos mais unificados, com diferenças mínimas, de modo a otimizar a produção, o planejamento e os custos de desenvolvimento.
Foi no facelift do Focus G3 que a dianteira passou por mudanças maiores, trazendo uma grade hexagonal unificada no para-choque, com faróis de neblina horizontais em formato de trapézio, deixando o desenho mais agressivo.
Nas laterais, o Focus hatch manteve o perfil da geração anterior, mas com linhas mais dinâmicas que deixaram as janelas mais estreitas e a carroceria mais esguia e fluída. Já no sedan, a coluna C ganhou um caimento mais suave que deixou a impressão de haver uma carroceria mais longa e um porta-malas menor, o que rendeu o nome de ‘fastback’ ao três-volumes quando o facelift foi apresentado.
Por fim, a traseira do hatch perdeu as características lanternas verticais nas colunas C e veio com peças convencionais justapostas à tampa do porta-malas. No sedan, as lanternas triangulares deram lugar a peças horizontais que invadem a tampa do compartimento de bagagens.
O Ford Focus G3 estreou no Brasil com duas opções de motores flex naturalmente aspirados e duas opções de transmissão. Começando pelos propulsores, o primeiro é o 1.6 da família Sigma, também conhecido como Ti-VCT, capaz de gerar até 135 cv e 16,7 kgfm e podendo trabalhar com câmbio manual de cinco marchas ou automatizado com seis marchas.
Já o 2.0 é da família Duratec e atinge até 178 cv e 22,5 kgfm, mas só podia ser atrelado ao câmbio automatizado de seis marchas. Vale acrescentar que o 2.0 Duratec foi o primeiro motor flex com injeção direta no planeta, o que ajuda a explicar os bons picos de potência e torque mesmo sem sobrealimentação.
Já a transmissão automatizada merece um capítulo à parte para falar dela. Isso porque trata-se da transmissão Powershift de dupla embreagem, que ficou famosa pelos inúmeros casos de problemas em todo o planeta, até mesmo em modelos Volvo equipados com ela.
A má fama afugentou a clientela e fez a Ford oferecer uma garantia estendida nos últimos anos de comercialização do Focus no Brasil, o que não foi suficiente para animar o público. No mais, o médio trazia suspensão independente e freios a disco (de série) nas quatro rodas para todas as versões.
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O exterior do Focus G3 trouxe mudanças bem-vindas em relação ao antecessor, mas foi na parte interna que o médio realmente evoluiu, rompendo laços com o passado e se atualizando para entregar um visual que envelheceu bem, passando a sensação de modernidade até os dias de hoje.
Começando pelo painel em si, o que chama atenção de cara são as saídas de ar: as peças ovais utilizadas no anterior foram trocadas por difusores verticais feitos seguindo o novo molde do painel que se “projeta” em direção aos passageiros.
O painel de instrumentos manteve os quatro marcadores analógicos, mas a tela do computador de bordo multifuncional foi reposicionada para cima, além de ter ficado mais sofisticada. O novo volante seguiu a onda da modernização e adotou um “miolo” menor, mais comandos, e ainda com os quatro raios que ficaram mais encorpados.
A nova central multimídia passou para o topo do console central com comandos posicionados logo abaixo, tudo decorado por uma iluminação azulada em substituição ao laranja do modelo antigo.
O ponto alto do Focus G3 é, sem dúvidas, a tecnologia embarcada. A novidade trouxe equipamentos que o modelo brasileiro nunca teve, sendo que alguns deles não podiam ser encontrados nem mesmo no Fusion, que era maior e mais caro.
Falando dos itens, é bom ressaltar que o hatch e o sedan traziam os mesmos itens em suas respectivas versões, contrariando a tendência que algumas marcas seguem ao deixar determinados equipamentos restritos a um único tipo de carroceria.
O prazer de dirigir é parte do DNA do Focus desde o primeiro modelo, melhorando a cada nova geração. O G3 foi o ápice disso graças ao ótimo acerto de seu conjunto, fazendo dele uma compra que deve ser considerada pelos que gostam de guiar.
Você não precisa partir direto para as versões mais caras do Focus se deseja um carro “recheado”. Mas se escolher essa opção, você terá um modelo dotado de uma lista de equipamentos digna de carro premium. Não dá para sentir falta de muita coisa estando ao volante de um Titanium Plus, por exemplo.
Com a onda dos SUVs dominando o planeta, carros como o Focus acabaram caindo no esquecimento, o que tende a derrubar os preços e, consequentemente, melhorar a relação custo-benefício. Se procura um carro recheado, de boa motorização e não quer pagar muito, o Focus pode ser uma opção interessante.
Falar do câmbio Powershift é cair no lugar comum, mas qualquer pessoa que entenda do assunto e lida com o público deve alertar sobre os perigos da transmissão automatizada da Ford. São inúmeros os casos de defeitos de todos os tipos e gravidades, o que não nos deixa alternativa que não seja recomendar que você evite um Focus Powershift o máximo possível.
Apesar de ser praticamente todo novo, o Ford Focus G3 manteve o problema do espaço interno inadequado para um veículo médio. Caso o motorista seja mais alto, não restará muito espaço para as pernas de quem vai atrás, então deve ser analisado com calma antes de ser escolhido como o carro da família.
Não estar no centro das atenções do mercado tem o lado bom do custo-benefício, mas também tem o lado ruim de dificultar a comercialização. O Focus se despediu do Brasil há dois anos e não tem nenhuma previsão de retornar. Como já se sabe, o brasileiro não costuma enxergar carros fora de linha com bons olhos. Se você se preocupa com o nível de dificuldade e o valor da revenda, pense duas vezes antes de comprar um Focus.
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