Confira a avaliação que nós fizemos sobre a Fiat Strada com câmbio automático, na versão Volcano de 2022!
Quando a Fiat lançou a nova geração da picape Strada, na exata metade de 2020, o mercado brasileiro elogiou a evolução do produto nos diversos aspectos que foram alterados.
Antes derivado do extinto Palio, o utilitário passou a ser construído sobre uma plataforma mista chamada MPP, que mescla componentes das bases dos compactos Mobi, Uno e Argo, além do Fiorino.
Isso permitiu a modernização do modelo em vários pontos, inclusive na oferta de itens de segurança e comodidade.
A dianteira passou a ter faróis compridos na horizontal, com luzes diurnas em todas as versões, além de uma grade central bem maior.
Foram adicionados elementos estéticos como o emblema FIAT composto por letras soltas e a “Fiat Flag” no canto inferior esquerdo da grade.
Na traseira, as lanternas da Fiat Strada com câmbio automático trazem um desenho muito semelhante ao das peças usadas no Toro, mas com acabamento em máscara negra e iluminação totalmente feita por luzes halógenas.
A porta da caçamba também é mais simples, trazendo abertura inteiriça na vertical, ao invés da horizontal dividida em duas partes, como na picape maior.
Inicialmente, a picape foi oferecida somente com câmbio manual em todas as versões
Enquanto a versão mais barata traz o antigo 1.4 Fire, as demais vêm com o 1.3 Firefly/GSE, que além de ser mais novo, também é mais potente e econômico do que o propulsor antigo.
Ambos eram oferecidos somente com câmbio manual de cinco marchas, mas a linha 2022 trouxe a tão aguardada opção do câmbio automático.
Lançada no final de 2021, a linha 2022 trouxe para a Fiat Strada uma transmissão do tipo CVT.
Essa transmissão estreou no Pulse e é aliada ao motor 1.3, mas apenas para as versões Volcano e a inédita Ranch, que foi introduzida na nova linha.
Tabelada em R$ 111.990 no ato do lançamento, a versão Volcano com câmbio automático do ano/modelo 2022 trouxe novidades como:
A recém-lançada linha 2023 trouxe ar-condicionado digital automático e uma nova opção de cor para a versão, elevando o preço para R$ 120.990.
Os demais itens da Volcano incluem:
Não faz muito tempo que avaliamos o Pulse na versão Drive com a mesma mecânica.
Basicamente, tudo o que foi dito no teste do SUV compacto vale também para a picape – o funcionamento da transmissão é muito suave, mantendo o motor em baixas rotações o tempo inteiro para privilegiar o consumo.
Rodando apenas com gasolina e alternando entre percurso urbano e rodoviário, nossa média geral foi de 15,8 km/l e pode ser ainda melhor caso o uso seja prioritariamente em rodovias.
A nova transmissão aumentou o peso total em 41 kg, em relação a Volcano com câmbio manual e, devido às normas Proconve L7 de emissões, o motor 1.3 agora gera 107 cv e 13,7 kgfm de potência e torque máximos. São 2 cv e 0,5 kgfm a menos, quando comparado aos 1.3 fabricados antes da mudança.
O desempenho continua adequado para o uso cotidiano, mas quem precisa levar muito peso na caçamba sentirá falta de um motor mais forte, como o 1.8 E.torQ disponível na geração anterior.
Para esse público, a dica é esperar: a Fiat deverá introduzir o 1.0 turbo “T200” do Pulse na linha do Strada para o ano/modelo 2024.
Além do bom funcionamento da dupla motor e caixa, a nova Fiat Strada também agrada pelo comportamento da suspensão que continua composta por molas helicoidais na dianteira e por feixes semielípticos na traseira, assim como na primeira geração.
O ruim é que, sendo um veículo de carga, deveria haver um comando de ajuste elétrico de altura do facho de luz baixa. A traseira tende a abaixar com a caçamba cheia e, desse modo, todo o feixe de luz se eleva e passa a incomodar os motoristas à frente.
Um retrocesso perceptível foi a escolha das rodas de 16 polegadas com pneus de uso 100% no asfalto como item de série, substituindo as antigas aro 15 com pneus de uso misto.
Embora isso tenha favorecido ligeiramente o consumo de combustível, também acabou por limitar a capacidade da picape de andar em pisos irregulares.
Tentamos transpor um trecho raso de areia e, mesmo com a função TC+ (Traction Control Plus) ativada, a picape simplesmente não conseguiu atravessar. A função TC+ é dedicada a melhorar o desempenho em pisos alternativos.
Por conta disso, nós tivemos que escolher outro caminho para seguir viagem e a história poderia ter sido diferente com os pneus antigos.
Isso se deve, principalmente, às novas molduras do console central em preto brilhante.
Mas o acabamento geral continua simples demais para um carro desse preço. As portas, por exemplo, são inteiramente em plástico rígido, inclusive na parte de contato com os braços.
Já a caçamba é o ponto alto, porque traz recursos muitas vezes ausentes em picapes bem mais caras, como o protetor de caçamba completo em plástico preto e a capota marítima de lona. Além de iluminação própria em LED que se acende automaticamente assim que a tampa é aberta.
Outro ponto positivo é que, por causa do câmbio automático, os pedais foram levemente reposicionados, o que permite ao motorista se acomodar melhor e aumenta o espaço para as pernas dos ocupantes nos bancos traseiros.
A capota de lona chega a ser melhor até do que a peça utilizada no Toro, já que não sofre de infiltrações que causam o desagradável cheiro de umidade, que afeta inúmeros exemplares da picape maior.
O bom funcionamento da nova transmissão garante uma vida a bordo tranquila, confortável e bastante econômica, características suficientes para manter o modelo entre os carros mais vendidos do Brasil por muitos meses.
Só é uma pena que a relação custo-benefício tenha sido afetada pelos sucessivos aumentos que a picape recebeu desde seu lançamento.
Ainda assim, a nova Fiat Strada consegue se mostrar uma opção interessante para quem precisa de caçamba e não abre mão de ter um zero km na garagem.
Renault Oroch